... ainda não me esqueci de ti



com a tua partida chegaram palavras...

quarta-feira, agosto 17, 2005


tudo bem

mas porque insistes em dizer-me que está tudo bem contigo? Aonde é que queres chegar com esse comentário? Julgas porventura que me importo? Não percebes que se deixei de to perguntar é porque não o desejo saber? Não, estás enganada, houve uma altura em que saber isso era para mim a coisa mais importante do mundo, talvez porque até que me respondesses, havia uns breves segundos que para mim se transformavam em minutos em que percebia como os teus olhos se abriam mais e adquiriam um brilho líquido, como os cantos da tua boca se afastavam e te desenhavam um sorriso largo e luminoso. Depois dizias que "sim, agora está tudo bem", como se justificasses esse sentir unicamente por eu to ter perguntado. Nem fazes ideia... Era capaz de tudo para te ver feliz... mas isso era antes. Agora já não me iludo, já não me hipnotizam os teus olhos nem me dá felicidade o teu sorriso. Agora é tudo frio e formal e se to perguntasse seria como se de uma obrigação se tratasse. Já estou a imaginar: "Olá, como estás? Bem obrigado, e tu? Eu também vou bem obrigado". O que é isto? Que puta de diálogo é este? Parecemos dois gravadores. Depois de tudo o que foi, não te dói ver como algo tão lindo e único pôde definhar até se tornar nisto... um estar com o outro tão sem chama, tão sem vida... não, raios me partam se o farei. É uma pergunta que não voltarás a ouvir-me fazer-te e agora que já sabes poupa-te o trabalho e pára de mo dizer. E nem essa e nem mais nenhuma, já não quero saber de coisa alguma que te diga respeito. Vai e não voltes... já não preciso de ti...