... ainda não me esqueci de ti



com a tua partida chegaram palavras...

quarta-feira, setembro 28, 2005


pausa

aconteceu! O texto estava praticamente escrito, a necessitar apenas de um arranjo final que acabou por ficar para o dia seguinte. Mas não aconteceu ser no dia seguinte, nem no dia que se seguiu ao dia seguinte, nem sequer nos dias que a ele se sucederam... não interessa quando foi, interessa que quando esteve para acontecer as coisas haviam mudado. Tinha relido o texto e algo o tinha deixado incomodado... não fora capaz de o avaliar. Era um bom texto? Tinha alma? Coração? Não soube responder... as palavras estavam lá e falavam de sentimentos... mas elas não o tocaram como costumavam fazer e achou que talvez já não lhe pertencessem... não naquele momento, pelo menos. Assim sendo, não fazia sentido que o texto seguisse o caminho dos outros e foi mesmo isso que aconteceu. Ficou arrumado à espera do dia em que faça sentido ser publicado... talvez amanhã, talvez na semana que vem, talvez... nunca mais.


segunda-feira, setembro 19, 2005


amizade

é tão forte a tua amizade, que dizes que gostarás de mim para sempre... e eu sorrio. Não é relevante se acredito se será sempre assim ou não. Não é por isso que sorrio. Sorrio porque sei que acreditas no que me dizes, sorrio porque me comove a pureza do teu sentimento. Dás-me o que pensar... o que é mais nobre? A amizade que tens por mim e que me ofereces sem pedir nada em troca ou o sentimento que tenho por ti e que exige retorno na mesma proporção? O primeiro que é altruísta ou o segundo que é egoísta? Falo contigo e sinto-me pequeno... às vezes penso que nem te mereço, és mais minha amiga do que eu sou teu amigo. "Fala comigo s. Sabes que adoro quando conversamos... Estou aqui... eu tento mas não te resisto". Não é assim tão simples... também pedes... é mais do que amizade... eu dou... é também amizade.


terça-feira, setembro 13, 2005


apareci

não disseste, não foi preciso, eu senti... e percebi que tinhas tomado uma decisão. Eu não disse, não era preciso, bastou ter aparecido... para perceberes que também eu tinha tomado a minha. Tomadas no desconhecimento uma da outra, dir-se-ia que sobre a coincidência temporal de ambas, apenas a obra de um acaso a explicaria. Talvez. Para ti é agora assunto arrumado, o que passou está passado, não queres voltar a falar nisso. Não me perguntes como, não te saberia responder... mas antes de tomar a minha, soube que tinhas tomado a tua... e apareci.


sábado, setembro 10, 2005


foste embora

sempre soube que seria assim. Talvez por saber demais, talvez porque inconscientemente somos levados a fazer com que aquilo que imaginamos acabe mesmo por se concretizar. Não sei, não importa. Saíste e nem te despediste. Doeu... muito. Mas não vou fazer papel de vítima, sei que não te tratei da melhor forma e se calhar por isso até o mereço... mas nunca te escondi esse facto e já te disse que se um dia resolveres desistires de mim, saberei compreender a tua decisão... mas não o faças desta forma. Julgo que a ti também te deve ter custado teres tido esse comportamento... conheço-te o suficiente para saber disso, sei que não magoas ninguém de quem gostas sem que isso te incomode e tu deves saber bem, que a forma como me deixaste, não me pode ter deixado indiferente. Ainda esperei que voltasses a dizer qualquer coisa... mas não. Talvez estejas à espera que desta vez seja eu a tomar a iniciativa... ver como me comporto para poderes decidir em função disso... é um erro sabes? Reajo mal quando acho que me estão a testar e o mais certo é fazer exactamente aquilo que não deveria, mas que concerteza já estás à espera... dar-te a desculpa... e não fazer absolutamente nada. É melhor assim, não consigo lutar por ti e cada vez mais me convenço que essa é a prova maior que não te mereço. Mas também, que teria eu para te dizer? Que fiquei magoado? Para quê? Talvez acabasses por dizer-me que tens saudades minhas e eu, na comoção do momento, diria o que não quero... porque sinto mais do que isso... não, bem sabes o que penso sobre dizer-te o que sinto... é que depois de o dizer, não há mais nada. A única coisa que temos são palavras.

"Olá s... O que foi? Não disseste nada quando chegaste... passa-se alguma coisa? Não, não se passa nada. porquê? era suposto passar-se? Não sei, diz-me tu. Pois, está bem, vou pensar no teu caso... Agora resolveste amuar, foi? Olha, mas afinal queres alguma coisa ou não? Não, desculpa sequer ter falado contigo..."


incompatíveis

o que sempre me custou, foi saber que juntos dificilmente nos entenderíamos. Desde o início que desconfiei disso e sorri com a ironia no dia em que me disseste qual era o teu signo. Não é que seja muito dado a acreditar nessas coisas mas... caramba, tinha logo que ser esse? Mas a ironia não ficou por ai e amargou ainda mais quando, ainda sem saberes o meu, disseste que com esses és um pouco incompatível... "são feitios fortes demais... e chocam", disseste-me. Pois é, acho que tens razão... Sempre lutámos demasiado contra eles para estar um com o outro... e não deveria ser assim pois não? Iludi-me se pensei que o amor estaria acima de tudo isso... ou talvez esteja a exagerar em falar de amor...


domingo, setembro 04, 2005


cansado de tentar

não sabes mas comecei uma vida nova na semana que agora passou... gostava de to ter dito... mas essa ânsia de partilhar todos os pormenores da minha vida contigo abandonou-me faz tempo... ainda assim podia tê-lo feito por ti. Sei que gostarias de o saber mas o vazio que se apodera de mim sempre que falo contigo, tem vindo a tornar-se cada vez maior e custa-me demais ter que o confrontar... ficarás a saber por terceiros e por isso só te posso pedir desculpa... como te disse comecei uma vida nova... uma vida da qual não fazes parte... ou não era suposto fazeres, porque ironicamente é nisso mesmo que penso vezes sem conta... que não fazendo parte dela, consegues continuar sempre tão presente... (...) sinto-me cansado de tentar deixar de gostar de ti... mesmo muito cansado... queria poder descansar um pouco... (...) dizer-te que sinto a tua falta... que queria estar contigo... (...) estendes os braços na minha direcção e olhas-me nos olhos... não é necessário falares, eu sei que queres que te dê as mãos e é isso que faço... pego-te primeiro na direita, depois na esquerda...devolves-me um sorriso e continuas a olhar para mim... agora sei que me chamas... e eu sorrio também e puxo-te para perto de mim... rasgas um pouco mais o sorriso, inclinas ligeiramente a cabeça para trás e fazes os meus braços rodearem-te a cintura... os nossos corpos estão juntos, as nossas cabeças quase se tocam e eu fixo-me nos teus enormes olhos castanhos que brilham... quero mergulhar neles e perder-me em ti. Por isso, antes que os feches, fecho eu os meus e eles são a última coisa que vejo... a minha boca está perto da tua pois sinto o calor da tua respiração nos meus lábios... sinto o coração bater com força dentro do peito... não aguento mais, tenho fome da tua boca, da tua língua, da tua saliva, do teu corpo... morro à fome.